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Continuação do post: Saiba mais sobre as Confissões mal feitas, e veja como evitá-las a todo custo! (Parte I)
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Pregavam-se os Exercícios em uma paróquia do Piemonte.
Havia já alguns dias que tinham começado as confissões e desde o princípio eu notara uma pessoa de aspecto triste e indizivelmente constrangida que rondava o confessionário.
Não fazia, porém, muito caso disso, quando eis que uma noite ela caiu aos meus pés e disse:
— Padre, ajudai-me; eu sou uma infeliz. Há quinze anos que eu me confesso mal; só fui capaz de cometer sacrilégios… e desatou em pranto.
— Pois bem, cria coragem, eu respondi, Deus será misericordioso; para a senhora também Jesus será infinitamente bom. Diga-me: quantos anos tem? Como é que enveredou por esse caminho?
— Tenho vinte e sete anos; quando tinha doze apenas, por causa de uma curiosidade ilícita eu cometi um pecado que não ousei confessar.
Com tal sacrilégio, aproximei-me da mesa da Comunhão e, desde aquele dia até hoje os pecados e sacrilégios sucederam-se uns aos outros.
Rezei muito, chorei muito, fiz romarias mas tudo em vão!
Confessava-me todos os meses e até com mais freqüência por ocasião dos Exercícios Espirituais; repetia as confissões gerais mas esses pecados eu sempre os escondi, por pura vergonha.
— E a senhora estava satisfeita com as suas Confissões: Comungava tranquilamente?
— Oh, Padre! se soubésseis como os remorsos amargos atormentavam o meu coração, cravando-se nele como espinhos agudos!
— Mas então por quê continuava sempre do mesmo modo?
Porque fui uma tola, eis tudo… Um medo indizível das reprimendas do confessor fechava-me a boca e um exagerado respeito humano das minhas companheiras arrastava-me para o Comunhão nesse estado.
— Há quanto tempo confessou-se pela ultima vez?
— Confessei-me já três vezes durante esta Missão, com três confessores diferentes, sempre com o firme propósito de acabar com isto de uma vez por todas e dizer tudo.
Mas, chegando ao ponto terrível, sentia um nó cruel que me apertava a garganta e assim calava-me.
— E agora, como conseguiu manifestar-se?
— Padre, o vosso sermão de hoje sobre a necessidade absoluta da confissão bem feita, aquelas palavras tantas vezes repetidas “experimentem e verão o quanto Jesus é bom”, comoveram-me e foi então que decidi falar, custasse o que custasse.
Ajudada pelo confessor ela fez uma confissão geral das mais consoladoras, tendo recebido a absolvição, não parava de repetir:
— Agora chega, Padre, chega de pecados e sacrilégios. Direi a todos que experimentei e que vi como Jesus é bom!…
D. — São fatos que consolam, não é?… e ainda bem que reconhecem suas faltas!
M. — Mas quantos não as reconhecem mesmo em ponto de morte!
É uma coisa muito triste, mas infelizmente verdadeira; não raro há moribundos que às portas da morte, teimam em esconder os pecados não confessados ou mal confessados desde a juventude, nesse estado deplorável passam para a eternidade.
D. — Coitados!
M. — Pode chamá-los desgraçados! ai de quem começa.
(Continua…)
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Fonte: retirado do livro “Confessai-vos bem” do Padre Luiz Chiavarino.
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Uma resposta
Gostei do post e do exemplo contado, por isso peçamos ao nosso bom Deus que nos ajude nas nossas confissões.