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“Quem não vê, veneráveis irmãos, quão alheias são estas opiniões do sentir dos Nossos Predecessores, que desta cátedra de Verdade publicamente aprovaram o culto do Sacratíssimo Coração de Jesus?
Quem ousará chamar inútil ou menos acomodada aos nossos tempos esta devoção que o Nosso Predecessor de imperecível memória Leão XIII chamou de “estimadíssima prática religiosa”;
E na qual viu um poderoso remédio para os próprios males que, nos nossos dias de maneira mais aguda e com mais extensão, afligem os indivíduos e a sociedade?
‘Esta devoção, – dizia ele – que a todos recomendamos, a todos será de proveito’.
E, acrescentava estes avisos e exortações que também se referem à devoção ao Sagrado Coração:
‘Daí a violência dos males que, há tempo, estão como que implantados entre nós, e que reclamam urgentemente busquemos a ajuda do único que tem poder para os afastar.
E quem pode ser este senão Jesus Cristo, o unigênito de Deus?
Pois nenhum outro nome foi dado aos homens sob o céu no qual devamos salvar-nos” (At 4, 12).
‘Cumpre recorrer a Ele, que é caminho, verdade e vida’” (Enc. “Annum Sacrum”, 25 de maio 1889; Acta Leonis, Vol, 19, 1900, pp. 71, 77-78).
“Nem menos dignos de aprovação e adequado para fomentar a piedade cristã julgou-o o Nosso imediato Predecessor, de feliz memória, Pio XI;
Que, na sua encíclica “Miserentissimus Redenctor”, escrevia:
‘Acaso não está contido nessa forma de devoção o compêndio de toda a religião, e mesmo a norma de vida mais perfeita;
Como quer que ele guie mais suavemente as almas para o profundo conhecimento de Cristo Senhor Nosso;
E com maior eficácia as mova a amá-Lo mais de perto?’ (Enc. Miserentissimus Redenctor”, 8 de maio 1928; A. A. S. 20, 1928, p. 167).
Nós, por nossa parte, com não menor agrado do que os nossos predecessores, aprovamos e aceitamos essa sublime verdade;
E, quando fomos elevado ao sumo pontificado, ao contemplarmos o feliz e triunfal progresso do culto ao Sagrado Coração de Jesus entre o povo cristão;
Sentimos o nosso ânimo cheio de alegria e regozijamo-nos com os inúmeros frutos de salvação que ele havia produzido em toda a Igreja;
Sentimentos que tivemos a satisfação de exprimir logo na nossa primeira encíclica (Cf, Enc. “Summi Pontificatus” 20 de outubro, 1939; A. A. S. 31, 1939, p. 415).
Através dos anos do nosso pontificado – cheios não só de calamidades e angústias, como também de inefáveis consolações;
Esses frutos não diminuíram nem em número, nem em eficácia, nem em beleza, antes aumentaram.
Com efeito, iniciativas múltiplas e muito acomodadas às necessidades dos nossos tempos surgiram para reacender este culto:
Referimo-nos às associações destinadas à cultura intelectual e à promoção da religião e da beneficência;
Às publicações de caráter histórico, ascético e místico encaminhadas a este mesmo fim;
Às piedosas práticas de reparação e, de modo especial, às manifestações de ardentíssima piedade que tem promovido o Apostolado da Oração;
A cujo zelo e atividade se deve o se haverem famílias, colégios, instituições, e mesmo algumas nações, consagrado ao Sacratíssimo Coração de Jesus;
E não raras vezes, por ocasião dessas manifestações de culto, temos expressado a nossa paternal complacência.” (Cf. A.A.S. 32, 1940,p. 276; 35, 1943, p. 170; 37, 1945, pp. 263-264; 40, 1948, p. 501; 41, 1949, p. 331).
“Portanto, ao vermos que tamanha abundância de águas, quer dizer, de dons celestiais do supremo amor;
Que têm brotado do Sagrado Coração do nosso Redentor;
Se derramam sobre incontáveis filhos da Igreja Católica por obra e inspiração do Espírito Santo;
Não podemos, caríssimos, deixar de exortar-vos com ânimo paterno a que, juntamente conosco;
Tributeis louvores e profundas ações de graças ao Doador de todos os bens, repetindo estas palavras do apóstolo das gentes:
“Àquele que é poderoso para fazer, acima de toda medida, com incomparável excesso, mais do que O pedimos ou pensamos, segundo o poder que desenvolve em nós a sua energia;
A Ele glória na Igreja e em Cristo Jesus por todas as gerações, nos séculos dos séculos, Amém” (Ef 3, 20 s.).
Mas, depois de tributarmos as devidas graças ao Deus eterno;
Queremos por meio desta encíclica exortar-vos, a vós e a todos os caríssimos filhos da Igreja;
A uma mais atenta consideração dos princípios doutrinais contidos na Sagrada Escritura, e nos Santos Padres;
Princípios nos quais, como em sólidos fundamentos, se apóia o culto do Sacratíssimo Coração de Jesus.
Porque nós estamos plenamente persuadidos de que só quando à luz da divina revelação houvermos penetrado a fundo a natureza e a essência íntima deste culto;
É que poderemos apreciar devidamente a sua incomparável excelência e a sua inexaurível fecundidade em toda sorte de graças celestiais;
E além, meditando e contemplando piedosamente os inúmeros bens que ela produz, poderemos celebrar dignamente o primeiro centenário da festa do Sacratíssimo Coração de Jesus na Igreja universal.”
“Com o fim, pois, de oferecer à mente dos fiéis o alimento de salutares reflexões com as quais possam eles mais facilmente compreender a natureza deste culto;
Tirando dele frutos mais abundantes, deter-nos-emos antes de tudo nas páginas do Antigo e do Novo Testamento;
Que contêm a revelação e descrição da caridade infinita de Deus para com o gênero humano;
Caridade cuja sublime grandeza jamais poderemos esquadrinhar suficientemente;
Depois aduziremos o comentário que sobre ela nos deixaram os padres e doutores da Igreja;
E, finalmente, procuraremos esclarecer a íntima conexão que existe entre a forma de devoção que se deve tributar ao Coração do Divino Redentor;
E o culto que os homens estão obrigados a render ao amor que Ele e as outras Pessoas da SS. Trindade têm a todo gênero humano.
Pois achamos que, uma vez considerados à luz da Sagrada Escritura e da Tradição os elementos constitutivos desta nobilíssima devoção;
Aos cristãos será mais fácil chegarem-se ‘com gáudio às águas das fontes do Salvador’;
Quer dizer, poderão eles apreciar melhor a singular importância que o culto ao Coração Sacratíssimo de Jesus adquiriu na liturgia da Igreja;
Na sua vida interna e externa, e também nas suas obras;
E assim cada um poderá obter frutos espirituais que assinalarão uma salutar renovação nos seus costumes, segundo os desejos dos pastores do rebanho de Cristo”. (Encíclica ‘HAURIETIS AQUAS” de Pio XII).
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Fonte: fratresinunum.com
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