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A vida dos santos nos ensina a eficácia da água benta contra os demônios e contra as desordens que podem ocorrer na natureza, e que são causadas pelos pecados e pela malícia do demônio.
Ela nos torna cada vez mais seguros de vencermos em nossos combates espirituais.
Eu, quando o vi, ri-me e não tive medo. Estavam ali algumas irmãs comigo que não me podiam valer nem sabiam que remédio dar a tanto tormento.
É que eram grandes as pancadas que o demônio me fazia dar com o corpo e cabeça e braços, sem eu poder opor resistência e o pior era o desassossego interior, que, de nenhum modo, podia ter sossego.
Não ousava pedir água benta para não causar medo às irmãs e para que não entendessem o que era.
De muitas outras vezes tenho experiência que não há coisa de que eles fujam mais para não voltar.
Da cruz também fogem, mas voltam.
Deve ser grande a virtude da água benta e para mim é particular e muito conhecida a consolação que sente a minha alma quando a tomo.
É certo que o mais habitual é sentir uma consolação, que eu não a saberia dar a entender; é como um deleite interior que me conforta toda a alma.
Isto não é capricho, nem coisa que me tenha acontecido uma só vez, senão muitíssimas e visto com muita advertência.
Digamos que é como se alguém estivesse com muito calor e sede e bebesse um jarro de água fria, que parece todo ele sentiu refrigério.
Considero eu que grande coisa é tudo o que está ordenado, pela Igreja e consolo-me muito de ver que tenham tanta força aquelas palavras que assim a comunicam à água, para que seja tão grande a diferença que faz da que não é benta.
Pois, como não cessasse o tormento, disse: se não se rissem, pediria água benta.
Trouxeram-ma e lançaram-na sobre mim e não surtiu efeito.
Lancei-a para onde estava o demônio e, no mesmo instante, ele se foi, e se me tirou todo o mal, como se com a mão mo tirassem.
Apenas fiquei cansada como se me tivessem dado muitas pancadas.
Fez-me grande proveito ver que, não sendo ainda dele uma alma e um corpo, lhes faz tanto mal quando o Senhor lhe dá licença, que será, pois, quando ele os possuir como coisa sua?
Deu-me de novo vontade de me livrar de tão ruim companhia.
Outra vez, ainda há pouco, aconteceu-me o mesmo, mas não durou tanto, e eu estava só.
Pedi água benta às que entraram depois de já eles se terem ido e sentiram um cheiro muito mau como de pedra de enxofre.
Eram duas freiras e é bem de crer que, por caso nenhum, diriam mentira.
Eu não o senti; durou de maneira a poder-se aperceber bem disto.
[…]Neste tempo também julguei, uma noite, que me estrangulavam.
As que estavam ali deitaram muita água benta, e vi uma grande multidão deles fugir como quem se vai despenhando.
São tantas as vezes que estes malditos me atormentam, e tão pouco o medo que eu lhes tenho, por ver que nem se podem mexer, se o Senhor lhes não dá licença, que cansaria a V Mercê e me cansaria a mim se eu lhas dissesse.
[…] Só direi isto que me aconteceu numa noite de Finados.
Estando eu num oratório, e tendo rezado um noturno e dizendo umas orações – que estão no fim do nosso Breviário e são muito devotas;
Se me pôs um demônio sobre o livro para que eu não acabasse a oração.
Eu benzi-me e ele desapareceu. Tornando eu a começar, voltou; creio que foram três vezes as que a comecei, e, enquanto lhe não deitei água benta, não pude acabar.
E, no mesmo instante, vi que saíram algumas almas do purgatório, às quais devia faltar pouco, e pensei que era isto o que o demônio pretendia estorvar.
Poucas vezes o tenho visto tomando forma corporal e muitas sem forma nenhuma, como na visão em que, sem forma, se vê claramente que está ali, como tenho dito.
Do Livro: A Vida de Santa Teresa D’Ávila
Fonte: Blog Almas Devotas
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Uma resposta
Santa Tersa D’Avila tenha misericórdia de mim, vinde em meu socorro. Amém. Obrigada.