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Os sábios sempre ensinaram que só devemos falar alguma coisa “quando nossas palavras forem mais valiosas que nosso silêncio”.
A razão desse ensinamento é simples: nossas palavras têm poder para construir ou para destruir.
Nossas palavras podem gerar concórdia, conforto, consolo, paz de alma;
Mas podem também gerar ódio, ressentimento, angústia, tristeza e muito mais.
“Até o insensato passará por sábio se estiver calado, e por inteligente se conservar os seus lábios fechados” (Pr 17,28).
O silêncio é valioso, sobretudo quando estamos em uma situação difícil, quando é preciso mais ouvir do que falar, mais pensar do que agir, mais meditar do que correr.
Tanto a palavra quanto o silêncio revelam o nosso ser, a nossa alma, aquilo que vai dentro de nós.
Nosso Senhor disse que “a boca fala da abundância do coração” (cf. Lc 6,45).
Basta conversar por alguns minutos com uma pessoa, podemos conhecer o seu interior revelado em suas palavras; daí a importância de saber ouvir o outro com paciência para poder conhecer de verdade a sua alma.
Sem isso, corremos o risco de rotular rapidamente a pessoa de maneira irreal.
A Sagrada Escritura, muitas vezes, chama a nossa atenção para a força das nossas palavras.
“O que é sábio de coração, será chamado prudente; e o que é doce no falar receberá coisas maiores” (Eclo 16,20).
“O coração do sábio instruirá a sua boca, e acrescentará graça aos seus lábios” (Eclo 16, 23).
“O homem perverso suscita pleitos, e o verboso semeia discórdia entre os príncipes” (Eclo 16,28).
“Cada um compraz-se na opinião que emite; mas a palavra oportuna é a melhor” (Pr 15,23).
Quanta discórdia existe nas famílias e nas comunidades por causa da fofoca, das calúnias, injúrias, maledicências!
É preciso aprender que quando errarmos por nossas palavras, quando elas ferirem injustamente o próximo, teremos de ter a coragem de ir até ele pedir perdão.
Nosso Senhor Jesus Cristo ensina que seremos julgados por nossas palavras:
“Ora, eu digo-vos que, de qualquer palavra ociosa que disserem os homens, darão conta dela no dia do juízo.
Porque pelas tuas palavras será justificado, e pelas tuas palavras serás condenado.” (Mt 12, 36-37).
Nossas palavras devem ser oportunas e verazes, isto é, sempre gerar a edificação dos outros, o bem-estar, o consolo do coração; a correção necessária, com caridade.
Se não for assim, é melhor se calar.
São Paulo tem um ensinamento preciso sobre quando e como usar esse dom que Deus nos deu, que é a palavra:
“Nenhuma palavra má saia da vossa boca, mas só a que seja boa para a edificação da fé, de maneira que faça bem aos que ouvem” (Ef 4, 29).
Erramos muito com nossas palavras, em primeiro lugar quando agimos impulsionados pelo orgulho.
Outras vezes porque emitimos opiniões sobre assuntos de que não entendemos ou estamos mal informados.
Frequentemente é por efeito de agitação de alma, comumente decorrente de algo, apego ou fobia de algo.
Nestas horas, a grandeza de alma está em se calar, em conter a fúria, em dominar o egoísmo ferido e buscar a fortaleza na oração (jaculatória) e no silêncio.
Deus nos fala no silêncio, quando a agitação da alma cessou;
Quando a brisa suave substitui a tempestade;
Quando a Sua palavra cala fundo na nossa alma;
Porque ela “discerne os pensamentos e intenções do coração” (cf Hb 4,12).
O silêncio torna a alma apta a ver o maravilhoso e prepara a alma para a Sabedoria.
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Fonte: blog.cancaonova.com (adaptado)
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