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Que se deve entender por “predestinação” de Maria?
Deve-se entender o lugar especial e privilegiado que Maria ocupou no pensamento de Deus decretando e preparando, desde toda a eternidade, a grande obra de nossa redenção…
Deus tinha diferentes meios para purificar o homem da mancha do pecado; na hipótese da Encarnação, isto é, da união pessoal do Verbo com a natureza humana;
“Deus podia mesmo, diz São Francisco de Sales, formar de diversos modos a humanidade de seu Filho:
“Criando-a do nada, ou como fez Adão e Eva ou de qualquer outro modo; mas preferiu o plano que realizou:
Efetuar a encarnação do Verbo pela divina maternidade de Maria.”
Para o que foi predestinada Maria?
Maria foi predestinada para ter a honra de ser a Mãe do Verbo, feito homem, e, por isso, para os mais ricos dons da graça neste mundo e para a maior gloria no outro.
Além da predestinação à graça e à gloria comum a todos os eleitos, Maria foi objeto de uma predestinação especialíssima;
Muito acima de toda a comparação, que é a predestinação à maternidade divina, fonte, causa e fim de todas as suas perfeições.
É esta predestinação muito gloriosa para Maria?
Esta predestinação é para Maria o motivo de uma gloria incomparável, pois que, de toda a eternidade, uniu-a no pensamento divino, ao Verbo Encarnado, e tornou-a participante da dignidade de seu divino Filho.
E porque, no plano divino, a predestinação de Maria à maternidade divina confunde-se com o decreto da Encarnação;
Que a Igreja aplica a Nossa Senhora, este trecho dos Livros Sagrados onde se acha descrita a origem eterna do Verbo de Deus, a Sabedoria incriada:
”O Senhor me possuía no começo de suas sendas e desde o principio, antes que desse o ser à criatura alguma.
De toda eternidade fui ungida e desde os tempos mais remotos, antes que a terra fosse formada.
Ainda não existiam os abismos, e eu era concebida; as fontes ainda não tinham brotado, as montanhas não estavam assentadas; antes dos outeiros, já eu existia.
Antes que se fizessem aterra os rios antes que se firmassem os polos do mundo…” (Prov. 8, 22-26).
Maria não tinha ainda nascido, e já tratava-se dela nos conselhos da adorável Trindade. Já Deus o Padre amava-a como sua filha, Deus o Filho amava-a como sua mãe; Deus o Espirito Santo amava-a como sua esposa.
Que predileção! Ó Virgem celeste, como os homens não vos hão de amar e glorificar no tempo, quando o Senhor deposita em vós suas complacência desde os séculos eternos!
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Fonte: “Maria Ensinada à Mocidade ou Explicação do Pequeno Catecismo de Nossa Senhora” – Vários autores.
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