
Quando Maria Santíssima entrou na gruta, pôs-se logo em oração…
De súbito vê logo uma refulgente luz, sente no coração um gozo celestial, abaixa os olhos e, ó Deus!
Que vê? Vê já diante de si o Menino Jesus, tão belo e tão amável, que enleva os corações. Mas treme e chora, segundo a revelação feita a Santa Brígida, estende as mãozinhas para dar a entender que deseja que Maria o tome nos braços..
Maria, no auge de santa alegria, chama José: – Vem, ó José, disse ela, vem e vê, pois já nasceu o Filho de Deus.
Aproxima-se José, e vendo Jesus nascido, adora-o por entre uma torrente de doces lágrimas.
Em seguida, a Santa Virgem, movida de compaixão maternal, levanta com respeito o amado Filho. E conforme a já citada revelação, faz por aquecê-lo com o calor seu rosto.

Tendo-o no colo, adora o divino Menino como seu Deus, beija-lhe os pés como a seu Rei, e beija-lhe o rosto como a seu Filho e procura depressa cobri-lo e envolvê-lo nas mantilhas..
Mas ai, como são ásperos e grosseiros os paninhos! Além disso, são frios e úmidos, e naquela gruta não há lume para aquentá-los.
Consideremos aqui os sentimentos que surgiram no coração de Maria, quando viu o Verbo divino reduzido por amor dos homens a tão extrema pobreza.
Contemplemos a devoção e a ternura que ela experimentou quando apertava o Filho de Deus, já feito seu filho, contra o coração.
Unamos nossos afetos ao de tão boa Mãe e roguemos a Deus Padre “que o novo nascimento do seu Unigênito feito homem, nos livre do antigo cativeiro, em que nos tem o jugo do pecado”.
Jesus nasceu!
Jesus nasceu! Vinde, ó reis, príncipes e todos os homens da terra, vinde adorar o vosso Rei.
Mas quem é que se apresenta? …Ah, o Filho de Deus veio ao mundo, e o mundo não o quis conhecer.
Porém, se não vêm os homens, vêm ao menos os Anjos adorar o seu Senhor, e cantam jubilosos: Gloria in altissimis Deo, et in terra pax hominibus boné voluntatis – “Glória a Deus nas alturas, e na terra paz aos homens de boa vontade”.
Glória à divina Misericórdia, que, em vez de castigar os homens rebeldes, fez o próprio Deus tomar o castigo sobre si, e assim os salvou.

Glória à divina Sabedoria, que achou meio de satisfazer à Justiça, e ao mesmo tempo, de livrar os homens da morte merecida.
Glória ao divino Poder, que de um modo tão admirável venceu as forças do inferno.
Glória finalmente ao divino Amor, que induziu um Deus a fazer-se homem e a levar uma vida tão pobre, humilde e penosa.
– Meu irmão, unamos as nossas adorações às dos Anjos e digamos com a nossa Santa Madre Igreja:.
“Gloria in excelsis Deo! Glória a Deus nas alturas, e na terra paz aos homens de boa vontade.
Nós Vos louvamos, Vos bendizemos, Vos adoramos, Vos glorificamos. Graças Vos damos por vossa grande glória, Senhor Deus, Rei do Céu, Deus Pai todo-poderoso.
Ó Senhor, Filho unigênito de Deus, Jesus Cristo, Senhor Deus, Cordeiro de Deus, Filho do Pai: Vós, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.
Vós, que tirais os pecados do mundo, aceitai as nossas súplicas. Vós, que estais sentado à Mão direita do Pai, tende piedade de nós.
Porque só Vós, ó Jesus Cristo, sois Santo, só Vós o Senhor, só Vós o Altíssimo, com o Santo Espírito, na glória de Deus Padre. Assim seja”.
Uma resposta
Que Jesus permaneça em nossos corações.