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Santo Afonso de Ligório
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Continuação do post – Como deve ser o seu amor para com Maria? Veja o exemplo dos Santos: (Parte I)
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Amem-na como um Carlos, filho de S. Brígida.
Nada o consolava tanto neste mundo – dizia – como saber que Maria era tão amada por Deus.
Acentuava que de bom grado sofreria todos os tormentos, para impedir que perdesse Maria um só grau de sua grandeza.
Que, caso lhe pertencera a grandeza da Virgem Santíssima, a tudo renunciaria por ser ela sumamente mais digna do que ele.
Desejem também dar a vida em protestação do seu amor para com Maria, como o desejava Afonso Rodríguez.
Cheguem finalmente a esculpir-se com agudos ferros sobre o peito o nome amável de Maria, como fizeram Francisco Binânzio, religioso, e Radegundes, esposa do Rei Clotário.
Cheguem também com ferros em brasa a imprimir sobre a carne o mesmo amado nome, para que se conserve mais impresso e mais durável.
Levados por amor, assim fizeram os servos de Maria: Batista Arquinto e Agostinho de Espinoza, ambos da Companhia de Jesus.
Façam, pois, ou procurem fazer o quanto é possível a um esposo amante que pretende, quanto pode, dar a conhecer o seu afeto à esposa querida, jamais conseguirão amar a Maria tanto quanto ela os ama.
Sei, ó minha Rainha, exclama S. Pedro Damião, que de quantos vos amam sois a mais amante, e que vosso amor por nós não se deixa vencer por nenhum outro amor.
Estava uma vez ao pé de uma imagem de Maria o Venerável Afonso Rodríguez, da Companhia de Jesus.
Abrasado de amor para com a Virgem Santíssima, lhe disse:
“Minha Mãe amabilíssima, bem sei que vós me amais; mas vós não me quereis tanto quanto eu vos amo.”
Então, Maria, como que ofendida em seu amor, lhe respondeu:
“Que dizes Afonso, que dizes?
Oh! Quanto é maior o meu amor por ti do que o teu por mim!
Sabe, lhe disse, que do meu amor ao teu há mais distância do que o Céu à Terra.
Tem, pois, razão, São Boaventura ao exclamar: Bem-aventurados aqueles que têm a dita de ser fieis servos e amantes desta Mãe amantíssima!
Sim, porque esta gratíssima Rainha não admite que em amor a vençam os seus devotos servidores.
Maria, imitando nisto a Nosso Senhor Jesus Cristo, com seus benefícios e favores dá a quem ama o seu amor duplicado.
Exclamarei, pois, com o inflamado S. Anselmo:
“Sempre arda por vós o meu coração, e toda minha alma se consuma no vosso amor, ó Jesus, meu amado Salvador, ó Maria, minha amada Mãe”.
Concedei, pois, ó Jesus e Maria, a graça de amar-vos, já que sem a vossa graça não posso fazê-lo.
Concedei à minha alma pelos vossos merecimentos, não pelos meus, que eu vos ame quanto vós mereceis.
Ó Deus tão amante dos homens, vós pudestes morrer pelos vossos inimigos.
E a quem vo-la pede, poderíeis negar a graça de amar a vós e a vossa Mãe?
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Fonte: Do livro “Glórias de Maria” de Santo Afonso de Ligório.
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