O Sorriso da Imaculada: Um sorriso divino, que encantou os meus olhos… Saiba mais.
Numa era de incredulidade, em um país da culta Europa, onde mais ousadas eram as investidas dos inimigos de Deus para arrancar dos corações a última centelha de fé, a Virgem Imaculada aparece a uma pobre e ignorante pastora.
Um grito de alarma, proferido pela incredulidade, passa pelo país: “Não pode ser! Não dever admitido! Não há milagres!”
A polícia, o poder brutal dos que mandam, a pena dos jornalistas e escritores, embebida no veneno da calúnia, tudo foi empregado para abafar a nascente veneração em Lourdes.
Maria é mais poderosa, e já não se contam por milhares, mas por centenas de milhares os romeiros de todos os países que anualmente afluem a Lourdes.
Ainda há milagres, ainda hoje. Lourdes continua a apresentá-los tão grandes, tão extraordinários e frequentes que a ciência humana, depois dos mais rigorosos exames, não pode deixar de reconhecê-los como tais.
Cegos recuperam a vista, surdos o ouvido, todas as classes de doentes a saúde.
Não recorrerás também a ela em tuas doenças de corpo e alma? Ou nada tens a pedir? Pede a Maria, tua carinhosa Mãe, que te faça conhecer quanto te falte, e inspire confiança filial em seu amor materno.
O Sorriso da Imacualda
Quatro anos após a definição do dogma da Imaculada Conceição, Nossa Senhora se dignou baixar à terra para confirmar de um modo estupendo a declaração do Papa Pio IX, de santa memória.
Foi em Lourdes, na França, que Nossa Senhora apareceu repetidas vezes à inocente Bernadete e na última aparição disse: Eu sou a Imaculada Conceição.
Quem refere o seguinte episódio não é nenhum devoto, nem sequer bom cristão. Ele escreve:
“Quando já se falava muito das aparições de Lourdes, achava-me em Cauterets, povoação próxima de Lourdes, mais para distrair-me do que para curar-me“.
“Achei graça ao ouvir que a Virgem sorrira para Bernadete e resolvi ir a Lourdes para ver a Vidente e surpreendê-la na mentira“.
“Fui a casa dos Soubirous e encontrei Bernadete sentada à porta cerzindo umas meias.
Pareceu-me o seu rosto bastante vulgar; apresentava sinais de enfermidade crônica ao par de muita doçura.
A instâncias minhas contou-me as aparições com toda a simplicidade e convicção“.
– Mas é verdade que a Virgem sorriu?
– Sim, sorriu.
– E como sorria?
– A menina olhou-me com ar de espanto, e disse
– Mas , senhor seria preciso ser gente do céu para repetir Aquele Sorriso.
– Não o poderia repetir para mim? Sou incrédulo e não creio nas aparições.
O rosto de Bernadete tornou-se triste e severo.
– Então julga o senhor que menti?
Senti-me vencido. Não, aquela menina tão cândida não podia mentir. Ia pedir-lhe desculpas, quando ela acrescentou:
– Bem; se o senhor é um pecador, tentarei imitar o sorriso de Nossa Senhora.
A menina ergueu-se lentamente, juntou as mãos e um reflexo celeste iluminou seu rosto.
Um sorriso divino, que jamais vi em lábios mortais, encantou os meus olhos…
Sorria ainda, quando caí de joelhos, vencido pelo sorriso da Imaculada nos lábios da ditosa Vidente.
Desde aquele dia nunca mais se me apagou da imaginação aquele sorriso divino.
Passaram-se muitos anos, mas a sua recordação enxugou-me muitas lágrimas ao perder minha esposa e minhas duas filhas… Parece-me estar só no mundo e vivo no sorriso da Virgem”.
Fontes: Tesouro de Exemplos – Pe. Francisco Alves – Fonte: Dominus Est /Breves Meditações Para Todos os Dias do Ano, Frei Pedro Sinzig, OFM, Quarta Edição, 1921.
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